26/08/08

Facebook usado para encontrar voluntários para ensaios clínicos


A revista PR Week publicou recentemente um artigo que refere que as companhias farmacêuticas estão a solicitar às agências de comunicação que sejam mais inovadoras no sentido de fazer face à actual escassez de voluntários para os tradicionais ensaios clínicos.

Segundo a mesma fonte, os laboratórios estão cada vez mais direccionados para ferramentas como o Facebook e blogs, no sentido de promoverem os benefícios da participação da população neste tipo de estudos e por outro lado conseguirem impactar um conjunto alargado da sociedade.

De acordo com os dados mais recentes, 90% dos ensaios clínicos estão atrasados devido a problemas relacionados com o recrutamento de voluntários. A má percepção pública da indústria farmacêutica e dos próprios ensaios clínicos constituem as principais razões para a baixa participação registada.

18/08/08

SIDA: A falta de eficácia das campanhas de sensibilização


A IMS Health revelou hoje dados que demonstram que os portugueses estão a comprar menos preservativos. Apesar de Portugal ter a segunda mais alta taxa de incidência de Sida na Europa, registou-se um decréscimo de 10 mil embalagens comparativamente com o ano de 2004. Médicos e representantes de ONG’s nesta área já vieram a público reclamar mais informação e maior prevenção para inverter esta situação que, segundo os mesmos, não está ainda estabilizada.

Olhando um pouco para trás no tempo, recordo-me de duas ou três campanhas (penso que uma ainda está no ar). Na minha opinião o problema não está na falta de campanhas de sensibilização, está sim na qualidade das mesmas, no sentido de conseguirem impactar os seus targets de comunicação. São excessivamente tradicionais e não utilizam a linguagem mais apropriada.

No entanto este é apenas um feeling pessoal. São necessários estudos que permitam responder a questões tão simples mas tão relevantes como por exemplo se a televisão será o meio mais apropriado para a divulgação das mensagens. Sem este trabalho de campo e uma estratégia de comunicação coerente a médio-longo prazo, continuaremos certamente a assistir ao agudizar da situação. Penso que temos assistido nos últimos tempos apenas a campanhas avulsas que por isso não têm gerado os resultados esperados. Está na altura das entidades competentes reflectirem verdadeiramente no sentido de inverter este quadro dramático.

13/08/08

A Era do Imediatismo


Ontem a meio da tarde uma das reféns do recente assalto ao BES enviou uma carta para a Agência Lusa a criticar o sistema de segurança dos bancos e o não acompanhamento psicológico por parte da polícia.

Minutos depois o take da agência noticiosa já se multiplicava pelos meios online, contendo inclusive as declarações do responsável de comunicação do banco. Ao final da tarde diversas rádios, como a TSF, já faziam também eco da notícia com declarações variadas. À noite, a SIC transmitia em exclusivo uma entrevista com a refém do assalto. O canal fez promoções deste exclusivo ao longo de todo o jornal, emitindo-o já perto do final. Hoje mesmo a notícia e a entrevista com a interveniente está presente em todos os jornais diários.

Este é apenas um exemplo de que hoje a informação circula numa velocidade estonteante, de forma quase incontrolável. Os profissionais de comunicação têm de estar preparados para estes autênticos tornados que invadem por vezes as instituições.

Os tempos de resposta têm de ser curtos. Eu diria mesmo imediatos para evitar males maiores. Os meios online vieram acelerar todo o processo de informação. Se antes as pessoas esperavam pelo telejornal das 20h para ficarem a par das notícias do dia, hoje a situação alterou-se com as pessoas a consultarem os sites informativos antes de regressarem a casa.

Uma outra questão é o poder e o protagonismo do cidadão comum nas histórias jornalísticas. Um assunto relevante a ser tratado aqui brevemente.

06/08/08

Encarar a doença com um sorriso nos lábios


Ora aqui está um exemplo completamente diferente de como lidar com a temática do cancro que vale a pena consultar - http://www.planetcancer.org/.

Neste site é possível encontrar um pouco de tudo desde informação médico-científica, anedotas, produtos (hot survivers bikini calendar…), histórias de vida, dicas de engate (ex. A night with me is better than chemo/ It's not just my head that's bald, you know...), cartoons, etc. Uma comunicação que sabe a que público a que se destina, sem tabus e com coragem.

"Yeah, we didn't particularly want to be here, either. But while we're here, we figured we might as well make the best of it. Planet Cancer is a community of young adults with cancer. (You know, that age between "pediatric" and "geriatric," where no one knows whether to give you a lollipop or have a serious talk about your fiber intake.) It's a place to share insights, explore our fears, laugh, or even give the finger to cancer with others who just plain get it. We don't deny the dark side of illness and death here. But we also firmly believe that laughter and light can turn up in the strangest places. “

Notável.

05/08/08

Mais um simpático local de paragem


Ainda não tivemos possibilidade, mas aqui desejamos os maiores sucessos para os nossos colegas e vizinhos da blogosfera do PiaR - http://piar.blogs.sapo.pt/ (bom nome sim senhor). Vale a pena visitar este blog (e não é por falar bem de nós…ok, também tem a sua influência) bem organizado e com informações da actualidade comunicacional portuguesa e além fronteiras.

Sinais dos tempos


A Alzheimer Portugal, uma entidade sem fins lucrativos, contratou recentemente um profissional para o cargo de Director Executivo (António Oliveira Costa que conheço e a quem desejo os maiores sucessos).


As entidades não governamentais ligadas à área da saúde, sejam compostas por especialistas médicos, doentes ou familiares, são hoje um interlocutor cada vez mais apetecido para as empresas da indústria farmacêutica e até de consumo (ver as recentes campanhas da Becel com a Fundação Portuguesa de Cardiologia). As exigências são elevadas e as regulares solicitações de apoio têm pouco a ver com estruturas “leves” e pouco profissionais.


Muitas ainda funcionam sem rumo e objectivos, dependentes da boa vontade dos seus criadores cuja actividade profissional paralela deixa pouco tempo para o desenvolvimento de projectos com impacto. Um factor destabilizante que contribui para respostas lentas às mais variadas solicitações e dificuldades em potenciar a imagem das respectivas associações (que bem geridas podem ser um interessante parceiro para reforçar uma determinada imagem corporativa).


A Alzheimer Portugal, tal como a Europa Colon Portugal (projecto também bem organizado), vem demonstrar que o presente e o futuro passa, obrigatoriamente, pelo desenvolvimento de uma estrutura profissional com objectivos e metas bem definidas. Gerir uma associação de doentes como um projecto empresarial, consciente das vontades dos seus parceiros e com Planos bem explicitados, já não é um capricho mas sim uma necessidade.