31/10/08

Pequeno balanço de final de semana


Em virtude do facto de esta ter sido uma semana particularmente carregada – algo que para uma ainda micro-empresa altera rotinas – com uma Gestão de Crise na área da Saúde, um Gabinete de Imprensa no Algarve e ainda algumas apresentações de Propostas de Comunicação, não nos foi possível actualizar com a regularidade que gostaríamos este espaço cibernético.

Ficam assim alguns apontamentos de final de semana que reflectem, acima de tudo, os temas mais comentados pela equipa GW durante as poucas horas partilhadas:

- As razões tornadas públicas sobre não concretização da fusão entre a Lift/Imago pareceram um pouco “fora de contexto” mas tenho pena que tal negócio não se tenha concretizado. Por ser algo inédito na área e porque que poderia contribuir para o reforço de uma dinâmica do negócio das agências de comunicação. Porque tenho em muito boa conta tanto uma como outra companhia (o trabalho da Imago para o Grupo Bial tem sido notável a todos níveis), quer ao nível do trabalho desenvolvido, quer ao nível da forma como sempre se posicionaram no mercado (são empresas que sempre estivera aqui, durante a minha evolução enquanto profissional). Porque seria interessante verificar o pós-acontecimento e a respectiva adaptação dos colaboradores de ambos os lados à nova realidade.

- A multiplicação de casos de reestruturação na Indústria Farmacêutica, talvez por estarmos a acompanhar de perto esta situação. Mais do que a crise económica actual, as verdadeiras razões desta situação reflectem uma séria inadequação das estruturas actuais face a um mercado que mudou, não só ao nível da regulamentação mas, acima de tudo, na estrutura de poder e influência. A IF terá que repensar a seu modelo de negócio a médio e longo prazo pois os verdadeiros problemas ainda estão a chegar. Perda de patentes, aumento exponencial dos orçamentos de pesquisa e desenvolvimento (um medicamento custa hoje entre 1 e 3 mil milhões de euros), dificuldades em obter comparticipações (gastos contidos nos Sistemas Nacionais de Saúde), ensaios clínicos de risco, são alguns dos desafios que terá de ultrapassar. O pior é que, possivelmente, quem irá pagar a factura a longo prazo seremos todos nós, utentes, quando os medicamentos inovadores estiverem apenas acessíveis às bolsas mais recheadas.

- A conferência de imprensa da ANF colocou João Cordeiro, mais uma vez, a gerir a agenda da Política de Saúde. A APIFARMA ainda tentou reagir em comunicado mas a ideia mediática que ficou foi a de que os lobbies da indústria farmacêutica continuam a influenciar as regras definidas pelo Governo. Numa perspectiva de apoio mediático, também é interessante analisar este jogo de ténis. LPM/ANF versus Cunha & Vaz /APIFARMA. A bola está agora no lado da indústria.

JA

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