“A vacinação contra a meningite pneumocócica não se revelou eficaz”.
Esta foi a conclusão da Ministra da Saúde, Dra. Ana Jorge, que chegou mesmo a revelar aos jornalistas que, na sua qualidade de pediatra, não aconselharia esta vacina. Segundo os dados anunciados pela Lusa, “cerca de 60 por cento das crianças foram vacinadas e apesar disso não houve uma mudança [na prevalência da meningite pneumocócica conjugada heptavalente]”, tendo sido essa uma das razões pelas quais a vacina não foi incluída no Plano Nacional de Vacinação (PNV). O Ministério prefere “esperar para ver” o que acontece aos indicadores epidemiológicos nalguns dos países onde a vacina já está prevista no Plano.
Ao que parece, a empresa responsável pela comercialização da vacina, ainda não se pronunciou, o que acaba por deixar o campo aberto para a especulação de cibernautas, dos pais que já vacinaram os seus filhos, daqueles que ainda não o fizeram e todas as pessoas que encontram nesta notícia mais um motivo para cimentarem uma relação de desconfiança com o “monstro” da Indústria Farmacêutica.
Ao longo de todo este processo, temos a sensação de que houve uma espécie de “erro de casting”. Parece que o rácio de custo-eficácia não ficou demonstrado… Parece que a opinião da Ministra, enquanto política e pediatra, não corresponde à posição pública da comunidade médica… O resultado final é uma amálgama de dúvidas sem resposta: a vacina é, de facto, eficaz ou o milhão de embalagens que foram vendidas nos últimos 4 anos em Portugal resultaram apenas de uma boa estratégia de marketing? Se o médico me recomendar a vacinação, devo fazê-lo? Afinal, devo ou não vacinar os meus filhos?
A zona cinzenta que se gerou em torno deste tema não favorece ninguém. Estou expectante para ver os próximos desenvolvimentos mas, para já, fica uma nota negativa ao silêncio da Wyeth, empresa responsável pela vacina. Esta era uma crise expectável mas parece que a comunicação ainda não é uma prioridade para alguns gestores. Aguardam-se cenas dos próximos episódios…
08/10/08
Vacinação… ou não!
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